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Psicóloga, formada pela FUMEC, com inscrição no CRP 04/34263. Formação em Psicoterapia Familiar Sistêmica,Terapia Ericksoniana / Hipnoterapia e Sexologia Clínica. Pós-Graduação em TCC- Infância e Adolescência. Formação em Terapia de Esquemas. Co- fundadora da PerCursos. Atua com psicoterapias individuais, de casais e famílias.Atualmente Psicóloga em consultório particular em BH e atendimentos on-lines. Colunista do Jornal Gazeta de Minas em Oliveira e Jornal A Noticia em Carmo da Mata. Ministrante de palestras em escolas e empresas.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Atravessando 2013 para 2014

“O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”, já dizia Guimarães Rosa.

Mais um ano teremos em breve para atravessar: muitas coisas vamos levar; outras, precisamos deixar. Não vamos levar, ou não devemos levar, porque já não tem a forma do nosso corpo, já não fazem sentido para nós. Talvez sejam coisas que nos levam sempre aos mesmos lugares e impedem o ir além. E devemos carregar e fortalecer aquilo que realmente faz sentido para cada um, o que nos coloca em movimento e ajuda a realizar a melhor versão de nós mesmos.

Importante para quem quer movimento. Todos nós queremos? Será? Não é uma tarefa fácil, exige trabalho, mas nos faz desdobrar, integrar, esta por inteiro na vida, nas relações de forma saudável mesmo com os limites e dificuldades.

Nessa passagem que leva a reflexões e questionamentos, podemos ser tomados por dois pensamentos que nos colocam em xeque o apego ao velho e o medo, a preocupação (pré – ocupar) com o novo. Pergunto: o que nos leva a não passarmos pelas coisas, a não pensarmos na travessia? Será que acomodamos em excesso ao velho e não abrimos para o novo? Ser humano não pensa em travessia, não queremos passar pelas coisas, queremos é chegar ou acomodar no velho. Porque será?

Nesse artigo, quero, portanto refletir com vocês a travessia para o próximo ano: o caminho de 2013 para 2014. E, assim, pensarmos nas coisas boas que o novo reserva, nas alegrias que podem vir, com o conseqüente desapego ao medo, à preocupação, ao desconhecido que um ano que está para começar nos reserva. Mas já vou logo dizendo: não espere que as coisas mudem simplesmente porque um novo ano está chegando. A mudança esta em cada um de nós!Vamos ser a mudança que queremos ver, não espere pela mudança dos outros.Quer um ano melhor? Não espere por ninguém. Tenha coragem para construir o seu caminho e fazer a sua travessia.

Mas pra que falar de ano novo? O ano continuará tendo a mesma quantidade de dias, o dia continuará tendo 24 horas, a noite e o dia vão se alternar, além de dias quentes e frios...Tudo igual. O novo será cada um de nós. As soluções que vamos arrumar, assim como os problemas. O ponto de vista diante de uma situação. Como continuaremos numa relação. O que vamos fazer de melhor e como iremos lidar com os desentendimentos seja nas relações, trabalho e com a gente mesmo. Apenas essas coisas podem mudar. E, portanto, para a travessia para o ano novo o que mais precisamos é coragem. E não uma coragem comum, mas extraordinária. E o mundo esta cheio de covardes; por isso as pessoas param de crescer, ir além e movimentar.

Como se pode crescer sendo covarde? A cada nova oportunidade você recua, fecha os olhos? Que movimento fez no ano de 2013? Como poderá ser melhor em 2014?

“A entrada para o novo é a única coisa capaz de transformar você; não há outro meio de transformação. Se você deixar que o novo entre, você nunca mais será o mesmo” Autor Desconhecido

Desejo a todos vocês uma maravilhosa travessia para 2014, com um caminho cheio de coragem, responsabilidade, paz, movimentos, planos reais, amor e saúde. O caminho é nosso. Nós somos autores da travessia que queremos construir. Agradeço a vocês, clientes, colegas de trabalho, leitores, mestres e toda a equipe do jornal que atravessaram comigo este ano de 2013. Que venham novas travessias!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Workshop com Iara Camaratta


Este final de semana estive organizando junto com minhas colegas da PerCursos mais um evento em BH - Participação da Terapeuta de Casal e Família Iara Camaratta. Um dia de muitos aprendizados sobre " A Construção do Vínculo do Amor".




terça-feira, 29 de outubro de 2013

SER FELIZ OU TER RAZÃO?

Para reflexão...

Oito da noite, numa avenida movimentada.
O casal já está atrasado para jantar na casa de uns amigos.
O endereço é novo e ela consultou no mapa antes de sair.
Ele conduz o carro.
Ela orienta e pede para que vire, na próxima rua, à esquerda.
Ele tem certeza de que é à direita.
Discutem. percebendo que além de atrasados, poderiam ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida.
Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado.
Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno.
Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados.
Mas ele ainda quer saber:
- Se tinha tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devia ter insistido um pouco mais...
E ela diz:
- Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz.
Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!

Moral da história:

Esse fato foi contado por uma empresária, durante uma palestra sobre simplicidade no trabalho.
Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente, de tê-la ou não.
Diante disso me pergunto:
'Quero ser feliz ou ter razão?'

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Masturbação infantil: como lidar com a descoberta dos órgãos sexuais pelas crianças?


Especialistas enfatizam a importância de pais, professores e demais agentes pedagógicos de meninos e meninas a não se deixarem contaminar pelo olhar adulto. Para a criança, a masturbação nada mais é que uma exploração biológica do próprio corpo que é prazerosa e, portanto, vai se repetir
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“Mamãe, tenho que te contar um segredo: mexe lá na perereca para você ver o tanto que é gostoso”. A frase é de uma menina de 5 anos. A mãe, que não será identificada, conta que achou engraçada a ingenuidade da filha. A solução que encontrou foi orientá-la a ter cuidado para não se machucar já que, por ter a pele sensível, a garotinha ainda usa pomada contra assadura. A dificuldade do adulto em lidar com cenas da masturbação infantil ou atos de interesse nos genitais de outras crianças está marcada pela carga cultural que envolve a sexualidade. “O prazer do adulto está além do físico, a excitação passa pela fantasia. Para a criança, é apenas uma experiência sensorial: ela descobriu que é gostoso e vai repetir”, explica a psicóloga e doutoranda em educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Anna Cláudia Eutrópio B. d'Andrea.

É consenso entre especialistas que bater, xingar, reprimir não é o caminho para tratar a masturbação na infância. Livro: 'Mamãe como eu nasci?', de Marcos Ribeiro.
É consenso entre especialistas que bater, xingar, reprimir não é o caminho para tratar a masturbação na infância. Livro: 'Mamãe como eu nasci?', de Marcos Ribeiro | Ilustração: Bia Salgueiro


Ainda assim não é raro que os pais se assustem quando confrontados com a questão. Muitos podem relutar em admitir o que estão presenciando, talvez por não se lembrarem de situações semelhantes já vividas no passado. Mas um teste rápido é capaz de comprovar que o interesse pelos genitais não é fato isolado. Experimente perguntar às pessoas ao seu lado se elas se lembram de algum episódio durante a infância de brincadeiras sexuais consigo mesmas ou com pessoas próximas. No teste da repórter na redação, dois episódios logo surgiram. No primeiro, um estudante de 7 anos que encontrou dois coleguinhas sem calças na hora do recreio e chamou a professora imediatamente. Não por que intuiu alguma "coisa errada", mas por que queria brincar naquele lugar. No segundo, uma filha avisou ao pai que assistia à televisão: ‘vou ali no quartinho e não quero que você entre lá’. Obviamente ele foi atrás e encontrou a filha pelada em cima do irmão mais velho, também uma criança sem roupas.

Psicóloga, professora da PUC Minas e coordenadora da educação infantil da escola Balão Vermelho, em Belo Horizonte, Adriana Monteiro reforça a importância de o tema ser compreendido como uma curiosidade natural da criança. “É uma forma de exploração corporal como colocar a mão na boca, a semente do feijão no ouvido ou morder o coleguinha para poder conhecer o corpo do outro. Quando descobre os órgãos genitais a criança vai sentir prazer na descoberta e insistir no comportamento”, salienta. Para Adriana, uma das grandes dificuldades está no fato de as escolas não saberem lidar com o tema e terem uma abordagem mais moralista.

Abordagem
Pesquisadora em educação em sexualidade, Anna Cláudia observa que a menina de 5 anos já compreende que o “mexer na perereca” é da intimidade quando usa a palavra segredo para contar à mãe sua descoberta. Nesses casos, fica mais fácil ajudar os pequenos a compreenderem que o toque nos órgãos sexuais não é para ser praticado na frente das pessoas. Mas e quando é uma criança de 2 anos? Apesar de existirem marcos do desenvolvimento infantil, os pais precisam sempre lembrar que cada criança é única e tem o seu tempo para descobrir e entender o mundo ao seu redor. Considerando esse aspecto, Adriana Monteiro afirma que nessa idade é raro a masturbação ser um hábito frequente que necessite uma intervenção. “O que a gente faz é chamar a atenção da criança para outra ação sem repreendê-la”, diz.

Para Anna Cláudia, os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam, mas também com o que não é dito. “A criança é uma esponja e ela percebe mais coisas do que o adulto consegue notar que ela percebe”, lembra. Ela recomenda - nos casos de a masturbação acontecer em público - que os pais façam a interdição em particular. “Se é da intimidade, a abordagem tem que ser de forma íntima, senão, o adulto estará transmitindo uma mensagem paradoxal”, pontua. Uma dica importante é usar o adulto como um espelho para ajudar a criança a compreender a orientação. “Você vê o seu pai fazendo isso na frente das pessoas?”, pode ser uma comparação a ser utilizada.



Prevenção
O que esses meninos e meninas precisam entender é que o pênis e a vulva são partes do corpo para serem lidados quando eles estiverem sozinhos. Esse recado ajuda as crianças a irem percebendo que o corpo é exclusividade delas. Dessa forma, os pais estão trabalhando, inclusive, a prevenção. Anna Cláudia reforça: “As crianças não se excitam. A experiência é exclusivamente sensorial. O problema está no olhar do adulto para a sexualidade infantil. O adulto erotiza e enxerga coisa que não tem”.

Insistência
É consenso entre especialistas que bater, xingar, reprimir não é o caminho para tratar a masturbação na infância, mesmo se o comportamento for insistente. Adriana Monteiro diz que a criança não entende que, moralmente, o comportamento em público não é bem aceito. “Em ambiente privado, os pais precisam dizer que é algo para se fazer quando estiver sozinho, no banheiro ou no quarto. O que o adulto precisa fazer é dar a noção da intimidade. Se a criança insiste, a conversa precisa se repetir”, sugere.

O artifício que a educadora utiliza na escola é chamar a criança em ambiente privado, reconhecer a vontade que ela tem em repetir o ato e fazer um combinado: “todas as vezes que você fizer esse tipo de brincadeira vou de ajudar a lembrar de outras brincadeiras”. Adriana diz que crianças de 3 e 4 anos conseguem manter o acordo.

'Os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam, mas também com o que não é dito' - Anna Cláudia Eutrópio B. d´Andrea, doutoranda em educação em sexualidade da UFMG (Arquivo Pessoal )
"Os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam, mas também com o que não é dito" - Anna Cláudia Eutrópio B. d´Andrea, doutoranda em educação em sexualidade da UFMG
Excesso
“O que difere a normalidade da patologia não é a qualidade é a intensidade. Todo mundo sente as mesmas coisas, mas a patologia está no excesso”, afirma a psicóloga Anna Cláudia. Para ela, o que os pais precisam observar é em que situação a masturbação acontece. Novamente ela insiste: “A primeira tarefa é olhar sem julgamento. Acontece antes ou depois do quê? Como está o estado emocional da criança?”, sugere.

Para Adriana Monteiro, o exagerado “é só querer fazer isso e nada mais. A criança pode até desviar a atenção para outra coisa, mas retorna à masturbação”. Nesses casos, a família deve procurar um atendimento especializado.

Questões de gênero
Outra questão que envolve a masturbação infantil é a diferença da abordagem para meninos e meninas. Para Anna Cláudia, a família costuma enxergar a masturbação do garoto como uma experiência de maturidade. No caso das garotas, muitas vezes o acesso ao próprio corpo é negado. “A educação sexual da menina ainda está focada na função de dar prazer ao homem e não no prazer dela mesma”, afirma. A especialista diz que já passou da hora de as famílias educarem os meninos para respeitar o corpo da menina.

Adolescência
Para os adultos que já são pais e mães de adolescentes, o desafio da educação sexual é a família se abrir para conversar sobre as emoções dos filhos e filhas. “Discutir sexualidade não significa falar de gravidez e camisinha. Os pais focam no discurso preventivo e não acolhem as experiências que estão no nível das relações. Meninos e meninas querem falar de afeto, ciúme, machismo, padrão estético de beleza. Começar uma conversa com camisinha não vai dar liga. Não é disso que eles querem falar, não é isso que os inquieta”, afirma a psicóloga Anna Cláudia.

Uma sugestão que a especialista recomenda aos pais de adolescentes é o Manual de Educação em Sexualidade da Unesco, 'Cá entre nós: Guia de Educação Integral em Sexualidade Entre Jovens'. Para acessá-lo, clique aqui.


(Divulgação)
Livros podem auxiliar pais
A psicóloga Anna Cláudia Eutrópio B. d’Andrea indica alguns livros infantis que abordam os três temas de maior curiosidade da criança: as diferenças dos corpos de meninos e meninas, como o bebê entra e como o bebê sai.

Os pais devem se atentar para a habilidade de leitura e do desenvolvimento da criança. A dica principal é: responda na medida dos interesses deles. A leitura é recomendada para crianças entre 7 e 8 anos.

'Mamãe, como eu nasci?', de Marcos Ribeiro, aborda o tema da masturbação infantil e é um livro com maior volume de textos. Em linguagem infantil e com ilustrações que auxiliam o entendimento dos pequenos, explica a diferença entre os corpos masculino e feminino, como acontece a relação sexual, o que é gravidez e até os tipos de parto.

(Divulgação)
De Thierry Lenain e ilustrações de Delphine Durand, o trio 'Ceci quer ter um bebê', 'Os beijinhos de Ceci' e 'Ceci tem pipi?' aborda os três grandes temas de curiosidade das crianças, mas desconstrói os estereótipos de gêneros. Em 'Ceci tem pipi?', Max se vê diante de um dilema: se Ceci não tem pipi como ela pode ser tão forte?

(Divulgação)
De Babette Cole, ‘Mamãe nunca me contou’ aborda temas que despertam a curiosidade das crianças, mas que as respostas demoram a chegar. Em ‘Mamãe botou um ovo’, os pais são confrontados pelos próprios filhos nas metáforas que usam para explicar de onde vem o bebê: “Nós achamos que vocês não sabem como os bebês são feitos de verdade. Então, vamos fazer uns desenhos pra mostrar como é”. A frase é proferida pelo casal de irmãos que dá uma “aula de sexo” para o pai e a mãe.

De Saúde Plena - Reportagem retirada da Pagina Facebook Abrangente

terça-feira, 17 de setembro de 2013

" Conheci o bem e o mal,
o pecado e a virtude, o certo e o errado;
julguei e fui julgado;
passei pelo nascimento e pela morte,
pela alegria e pelo sofrimento, pelo céu e pelo inferno;
e no final eu reconheci que estou em tudo
e que tudo vive em mim" Hazrat Inayat Khan

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Evento em Divinópolis com Dr. Móises Groisman


Este sábado estive em Divinópolis num evento com Dr. Moisés Groisman - Psiquiatra e Terapeuta de Casal Família no Rio de Janeiro. Ele falou sobre o Perdão em Terapia Sistêmica e lançou o livro O Ato de Perdoar. Um dia de muitos aprendizados.

A Bela e a Fera: quem nunca assistiu?

O que permitimos revelar de nós mesmos? O que escondemos até de nós mesmos?
Para falar desses dois lados, ou melhor, de todos os lados que permeia a existência humana escolhi falar do Filme A Bela e a Fera. Falar de um desenho animado? Sim. Até no infantil ou em “animações” pode ter seriedade. Na diversão desfrutamos de aprendizado: no belo, a fera. Na fera, o belo. O filme A Bela e a Fera pode ir além de um desenho infantil. Quem falou que o adulto não tem seu lado infantil e o contrário?

“No entanto, vivemos, mais do que nos damos conta, no imaginário, no mundo das idéias, dos mitos, da vida com um lado só...” (Janine Araújo – Psicoterapeuta do NASS em seu texto Condição Humana). O filme nos possibilita ir além do nosso lado fera e do lado belo, nos convida e nos mostra o famoso “ dois lados da mesma moeda”. Somos BELA E FERA.

A Bela com seu lado delicado, frágil e belo que num determinado momento do filme mostra seu lado forte, corajoso, audacioso. A Fera forte, “bruta”, que causa medo em todos só pela sua aparência.
Qual é a sua essência? Como é sua aparência? O que nós mostramos e o que escondemos? Todos temos o lado bela e o lado fera, mas contactamos com os dois? Viver pela metade pagando meia é ilusório, é ficar SÓ no imaginário. Colocar-nos por inteiro é integrar os dois lados.

Num determinado momento a bela mostra toda a sua coragem e a fera a sensibilidade. Atrás de uma fera tem um príncipe e você acredita SÓ em príncipes? Somos a nossa intimidade, essência, mas, também, a aparência. Às vezes precisamos nos recolher e viver nossa intimidade, em outros momentos o outro lado nos convida a posicionar. Precisamos da pele para proteger órgãos e vísceras. Precisamos dos papéis que exercemos (mãe, filha, psicóloga) para não escancarar a minha pessoa, a minha essência. Uma coisa não é a outra, uma não substitui a outra, mas são complementares.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Pai é um SÓ - Verdade seja dita: há muitas como sua mãe, mas ninguém como seu pai

Mãe é tudo igual, só muda de endereço.

Não concordo 100% com essa afirmação, mas é verdade que nós, mães, temos lá nossas semelhanças. Basta reunir uma meia-dúzia num recinto fechado para se comprovar que, quando o assunto é filho, as experiências são praticamente xerox umas das outras.

Por outro lado, quem arriscaria dizer que pai é tudo farinha do mesmo saco? Nunca foram devidamente valorizados, nunca receberam cartilhas de conduta e sempre passaram longe da santificação. Cada pai foi feito à imagem e semelhança de si mesmo.

As meninas, assim que nascem, já são tratadas como pequenas "nossas senhoras" e começam a ser catequizadas: "Mãe, um dia você vai ser uma". E dá-lhe informação, incentivo e receitas de como se sair bem no papel. Outro dia, vi uma menina de não mais de três anos empurrando um carrinho de bebê com uma boneca dentro. Já era uma minimãe. Os meninos, ao contrário, só pensam nisso quando chega a hora, e aí acontece o que se vê: todo pai é fruto de um delicioso improviso.

Tem pai que é desligado de nascença, coloca o filho no mundo e acha que o destino pode se encarregar do resto. Ou é o oposto: completamente ansioso, assim que o bebê nasce já trata de sumir com as mesas de quinas pontiagudas e de instalar rede em todas as janelas, e vá convencê-lo de que falta um ano para a criança começar a caminhar.

Tem pai que solta dinheiro fácil. E pai que fecha a carteira com cadeado. Tem pai que está sempre em casa, e outros, nunca. Tem pai que vive rodeado de amigos e pai que não sabe o que fazer com suas horas de folga. Tem aqueles que participam de todas as reuniões do colégio e outros que não fazem ideia do nome da professora. Tem pai que é uma geleia, e uns que a gente nunca viu chorar na vida. Pai fechado, pai moleque, pai sumido, pai onipresente. Pai que nos sustenta e pai que é sustentado por nós. Que mora longe, que mora em outra casa, pai que tem outra família, e pai que não desgruda, não sai de perto jamais. Tem pai que sabe como gerenciar uma firma, construir um prédio, consertar o motor de um carro, mas não sabe direito como ser pai, já que não foi treinado, ninguém lhe deu um manual de instruções. Ser pai é o legítimo "faça você mesmo".

Alguns preferem não arriscar e simplesmente obedecem suas mulheres, que têm mestrado e doutorado no assunto. Mas os que educam e participam da vida dos filhos a seu modo é que perpetuam o charme desta raça fascinante e autêntica. Verdade seja dita: há muitas como sua mãe, mas ninguém é como seu pai.

Texto de Martha Medeiros

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Fotos do Bate Papo com Solange Rosset em BH



Solange Rosset é Terapeuta Relacional Sistêmica em Curitiba com quem venho aprendendo muito desde o primeiro encontro que estive com ela. Ela é autora de vários livros como: Pais e Filhos uma Relação Delicada e O Casal nosso de cada dia. Vale a pena Conferir.

domingo, 23 de junho de 2013

Workshop com Zélia Nascimento - A Dimensão das Emoções na Complexidade das Relações Humanas

Neste sábado em Belo Horizonte eu e mais duas colegas fazendo parte da Equipe PerCursos, Cristiane Peretti e Ana Tereza, organizamos um Workshop com Zélia Nascimento - Precursora do Pensamento e Terapia Sistêmica em Minas Gerais e Curitiba.

Agradeço a todos que participaram e a Zélia Nascimento por tantos aprendizados. Não há palavras para descrever meus agradecimentos as minhas mestras Jaqueline, Zélia, Lívia Buzollo,Fernanda Seabra, Marilza e tantas outros profissionais e colegas que fizeram e fazem parte desta minha travessia pessoal e profissional, assim uso das palavras de Guimarães Rosa:

"Deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria...
Depois, retoma coisas e pessoas, para ver se já somos capazes da alegria sozinhos!
Essa é a alegria que ELE quer".

Confiram algumas fotos do evento.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Palestra em Oliveira-RELAÇÕES FAMILIARES - ONDE CONSTRUÍMOS E DESCONSTRUÍMOS CAMINHOS

Nesta Terça Feira, dia 18 de Junho de 2013 estive em Oliveira, convidada pelo Grupo Amor Exigente, para dar uma palestra sobre Relações Familiares. O evento ocorreu em comemoração aos 10 anos do Grupo Amor Exigente na cidade que é coordenado pelo Canário, que aproveito através desta postagem para agradece-lo pelo convite e agradecer, também,a todos que estiveram na Casa de Cultura da cidade compartilhando deste momento de trocas e aprendizados.

Espero que cada um tenha tido um tipo de desdobramento; que tenham levado uma mensagem para suas relações e encontros com vocês mesmos e seus familiares. Não estava ali para levar verdades, mas possibilidades e reflexão. A verdade é ponto de vista, cada um tem a sua e isso que é válido e rico nas relações. No mais o que precisamos é de coragem, como muito bem colocado por Guimarães Rosa: " Viver é perigoso e carece de Coragem".

Vamos que vamos!!!
Parabéns Canário pelo belo trabalho que vem desenvolvendo na cidade de Oliveira.

Um abraço muito carinhoso
Camila Lobato



segunda-feira, 20 de maio de 2013

“É Preciso Me Dispor a Desistir do Que Sou Para Me Tornar O Que Serei” Albert Einstein

O cérebro tem uma tremenda habilidade de mudar suas conexões tendo por base a estimulação que recebe. Essa “PLASTICIDADE” do cérebro é a base de sua capacidade de recuperar funções perdidas.
Graças a sua plasticidade neural, a habilidade de mudar e transferir suas conexões a outras células, você e eu andamos pela terra com a capacidade de sermos flexíveis em nosso pensamento, adaptáveis ao ambiente e capazes de escolher: QUEM e COMO queremos ser no mundo. Felizmente, quem escolhemos ser hoje não é determinado por quem fomos ontem.

Não importa o “jardim” que herdei. Assim que assumo de maneira consciente a responsabilidade de cuidar de minha mente escolho nutrir os circuitos que quero fazer crescer, e realizo a PODA consciente daqueles sem os quais prefiro viver.
Muitos não percebem que temos a possibilidade de escolher e, portanto, não exercitam essa capacidade de escolha (*). Antes do derrame, eu pensava ser um produto do meu cérebro e não tinha idéia de que podia opinar sobre como respondia as emoções que surgiam em mim. Ninguém havia me dito que são necessários apensa 90” para a bioquímica capturar-me e, depois me libertar.
Posso não ter o controle total do que acontece em minha vida, mas certamente estou no comando de COMO ESCOLHO perceber minha experiência de vida.

Somos projetados para focar o que quer que estejamos procurando. Se busco “vermelho” no mundo, vou encontrá-lo em todos os lugares. Talvez só um pouco no início, mas quanto mais tempo passar focada em encontrar “vermelho”, mais verei o vermelho em todos os lugares.

Parece que quanto mais tenho consciência sobre como influencio as energias à minha volta, mais posso opinar e interferir no que aconteceu comigo. Para monitorar como as coisas estão acontecendo em minha vida, PRESTO ATENÇÃO a como tudo flui, ou não flui, no mundo ao meu redor. Dependendo do que estou atraindo, assumo a responsabilidade por como as coisas ocorrem e faço reajustes conscientes ao longo do caminho. Isso não significa que estou completamente no controle de tudo que acontece comigo. Porém, estou no controle de como escolho pensar e sentir a respeito das coisas. Até mesmo eventos negativos podem ser percebidos como valiosas lições de vida, se me disponho a aprender. Descobri que a vida é muito curta para ser infestada com sofrimento do passado.

A dor é um instrumento que as células usam para comunicar ao cérebro que há trauma em alguma parte do corpo. As células estimulam os receptores de dor para fazer o cérebro focar aquela área e dar atenção a ela. Assim que o cérebro reconhece a existência de dor, ela serviu a seu propósito. Então, ou a intensidade diminui, ou desaparece. Experimentar a dor pode não ser uma escolha, mas sofrer é uma decisão cognitiva.

As camadas mais profundas do córtex cerebral constituem as células do Sistema Límbico, que é chamado de “Cérebro réptil” ou “Cérebro emocional”. Quando somos recém-nascidos, essas células se tornam interligadas em resposta ao estímulo sensorial. O sistema límbico funciona ao longo de toda a vida, mas ele não amadurece. E quando nossos “botões” emocionais são pressionados, reagimos como se fôssemos crianças de 2 anos de idade, mesmo que sejamos adultos. A informação sensorial chega pelos sistemas sensoriais e é imediatamente processada pelo sistema límbico. Quando a mensagem alcança o córtex cerebral para o pensamento superior, já adicionamos um “sentimento” sobre como vemos esses estímulo: isso é dor, ou é prazer? Embora muitos possam acreditar que somos criaturas pensantes que sentem, biologicamente somos criaturas sensíveis que pensam. Essas emoções são geradas pelas células do sistema límbico. Quando alguém contrapõe o que sente a algo que pensa, essa consciência criteriosa é cognição superior que tem raízes no hemisfério direito do córtex cerebral.

Assuma o Comando

Defino responsabilidade (resposta - habilidade) como a capacidade de escolher como vai responder ao estímulo que chega pelo sistema sensorial, em dado momento no tempo. Embora existam certos programas do sistema límbico (emocional) que podem ser acionados de maneira automotiva, são necessários menos que 90” para um desses programas serem acionados, percorrer nosso corpo, e depois ser completamente banido da corrente sanguínea. 90” depois do disparo inicial (raiva por exemplo), o componente químico da raiva dissipou-se completamente do meu sangue e minha resposta automática está encerrada.
Se, porém, me mantenho zangada depois dos 90”, é porque ESCOLHI manter o circuito rodando. Momento a momento, faço a escolha de me deixar levar pelo neuro circuito ou recuar para o momento presente, permitindo que aquela reação desapareça de minha fisiologia.

O que muitos não percebem é que estamos fazendo escolhas inconscientes sobre como respondemos o tempo todo. É tão fácil se deixar prender pelos fios da nossa reatividade pré programada (sistema límbico) que vivemos navegando no piloto automático. Prestando atenção ao que acontece no interior do STM límbico, eu posso decidir sobre o que estou pensando e sentindo. No final assumo a responsabilidade pelo que átrio para minha vida. Só eu decido se alguma coisa vai ter influência positiva ou negativa sobre minha psique.

A maneira mais saudável que conheço para superar com eficiência uma emoção negativa é se render completamente a ela. Quando a trilha de fisiologia se apresenta, deixo-me percorrê-la por 90”. Como crianças as emoções se acalmam quando são ouvidas e validadas. Com o tempo, a intensidade e a frequência desses circuitos diminuem. É libertador saber que tenho o poder consciente de escolher cancelar, depois de 90”.

Assimetrias Hemisféricas

Quando avaliamos as característica únicas dos 2 hemisférios cerebrais e como eles processam informações de maneira diferente, aprece óbvio que manifestem sistemas de valor único que, em decorrência, resultariam em personalidades muito diferentes. Algumas pessoas desenvolvem esses dois personagens e são muito competentes na utilização de capacidades e personalidades dos dois lados do cérebro, permitindo que se apóiem, influenciem e se mesclem mutuamente enquanto o indivíduo leva a vida.
Outras, porém, são unilaterais no pensamento, exibindo padrões de pensamentos rígidos, críticos (H C E). Outras (H C D) raramente se conectam com a realidade comum, passando a maior parte do tempo “com a cabeça nas nuvens”.
Criar equilíbrio saudável entre os dois personagens que existem em nós permite manter a cognição flexível para receber bem a mudança o novo (H C D) e ainda permanecer com os objetivos e manter o percurso estabelecido (H C E).

H C D não verbal, Subjetivo
HCD é todo sobre aqui e agora. Trata da riqueza do momento presente. Faz observações sem fazer julgamentos. É aventureiro, aberto ao fluxo eterno. Intuitivo, aberto a novas possibilidades e pensa para além dos limites. Disponível para experimentar algo novo, reconhece que o caos é o primeiro passo do processo criativo. É sinestésico e aprende pelo toque e pela experiência (analógico). Não é cativo do passado nem teme o futuro. Vê união entre todas as entidades vivas. Capta a subjetividade das relações e das informações: o tom da voz, expressão facial, a linguagem corporal e detecta as mentiras verbais (*).
Observa sem fazer julgamento. Percebe e decifra a sutil dinâmica da Energia, das pessoas coisas e lugares.
A percepção visual é difusa, suavizada: comprimento de ondas de luz mais longas (tipo impressionistas). Capta a frequência de sons mais baixos (da natureza, do interior do corpo). Toca música de ouvido, improviza (jazz).
Organizado chega a uma sabedoria intuitiva caso contrário, permanece ingênuo. “Temos um presidente que não lê e um ministro da fazenda que não faz contas” Mirian Leitão.

H C E Verbal, Objetivo
O lado esquerdo do cérebro é o instrumento para se comunicar com o mundo externo: digital, preciso, ordenado, organizado, racionalmente. Permanece ocupado, organizado e memorizando. Preocupa-se com os números, finanças e economia.
Percebe ondas de luz mais curtas, capaz de delinear claramente os limites. E a frequência mais alta dos sons associado à linguagem verbal. É habilidoso em tecer fatos e detalhes em histórias para justificar os acontecimentos. Sabe nomear e rotular. Raciocínio dedutivo, lógico, comparativo. É justiceiro e faz julgamentos (bom-mau) antes da experiência. É excludente: atração ou repulsa (conquista e abandona). Cria categorias, regras, padrões hierarquizados. Percebe bem os detalhes e divide o tempo em passado, presente e futuro (ansiedade). Especialista na linguagem verbal “o papo do cérebro” mas, não avalia o conteúdo emocional da fala. A comunicação é literal (tipo dos portugueses). Aprecia a música pela teoria, mas não improvisa. Identifica-se com o ego, (eu sou individualizado), separado do todo. Tendência a se ligar em padrões negativos de pensamentos (dramas e traumas). Não é sinestésico: não consegue cheirar, saborear, tocar.
Organizado, cria condições necessárias a um administrador eficiente. Caso contrário permanece um burocrata rígido e ineficiente.

“Esclarecimento não é um processo do aprendizado. É um processo de desaprendizado”
Dr. Kat Domingo

Referência: A Cientista Que Curou Seu Próprio Cérebro
Dra. Jill Bolte Taylor - Ediouro

Compartilho com vocês este texto que recebi da minha colega Janine Araujo do curso de Zélia Nascimento

sexta-feira, 10 de maio de 2013



È com muita alegria que compartilho com vocês meu mais novo trabalho. Hoje faço parte da Equipe PerCursos - Cursos, Palestras e Workshops juntamente com mais duas colegas de trabalho, Ana Teresa Veloso e Cristiane Peretti. Este encontro que deu inicio com o evento de Solange Rosset em novembro do ano passado, em que e nomeada Rosset veio de Curitiba para Belo Horizonte e compartilhou conosco um pouco sobre a Teoria Relacional Sistêmica e questões relacionadas a conjugalidade. Agora em Junho teremos Zélia Nascimento - precursora da Terapia Sistêmica e de Familia.

Maiores informações no folder anexado e no blog: www.percursospalestrasecursos.blogspot.com

segunda-feira, 15 de abril de 2013

"Eu sei que a gente se acostuma...Mas não devia ...”

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender cedo a luz. E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone : hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar dinheiro com que pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais.

E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias de água potável.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer , a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida, que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto se acostumar, se perde de si mesma."

Marina Colassanti


terça-feira, 5 de março de 2013

Erasmo Carlos - Mulher (ao vivo)




Deixo esta música do Erasmo que para mim fala de um lado da mulher. E o outro?

Para falar do outro lado retiro uma parte do livro: Complexo de Cinderela - Collete Dowling
" Qualquer mulher que se auto analise sabe quão destreinada foi para sentir-se confiante perante a ideia de cuidar de si própria, afirmar-se como pessoa e defender-se. Na melhor das hipoteses, pode ter representado o papel de independente, intimamente invejando os meninos( e posteriormente os homens)por parecerem tão naturalmente auto suficientes. "

Deixo a cada mulher a responsabilidade de integrar os dois lados, cada qual com sua história de vida e aprendizados familiares.

Parabéns pelo dia !!!!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ser Gente Grande

O que mais queremos quando somos crianças e adolescentes é sermos adultos. O quanto não almejamos chegar aos 21 anos, a tão sonhada independência? Mas, afinal de contas, o que é ser adulto?

Adulto sabe dos seus direitos e deveres, lida com sua liberdade, com sua capacidade de escolha, sabendo das consequências e se responsabilizando por elas. Assim não fica a espera de alguém para salvá- lo ou proteger. Sabe o que é de responsabilidade sua e do outro, não assume posição de vítima em relação à vida e aos acontecimentos, já que sabe da sua parcela, do que é seu de direito e de dever. É dono, autor da sua história. Adulto sabe que a felicidade é algo conquistado todos os dias, temos pontinhos de felicidade e que precisamos saber desfrutar, ao invés de ficar esperando a maior e constante felicidade, aquelas de conto de fadas, de histórias de príncipes e princesas. No REAL da vida isto não existe. Desfrutar de todos os momentos da vida, até daqueles que não foram como esperávamos é uma atitude sábia, uma atitude de adulto. A vida é colorida, não é, apenas, cor de rosa.

Como muito bem colocado por Guimarães Rosa: “Viver é perigoso e carece de coragem” e adulto sabe disso. Mas o que mais vemos são posições e atitudes nossas, que já somos ou, talvez, parecemos sermos adultos que diante de problemas e dificuldades responsabilizamos Deus, o tempo, a falta de sorte, os pais e amigos, menos nos mesmos. Quem nunca fez isso? Enquanto seres humanos, não queremos ou temos dificuldade de reconhecer a nossa parcela, a nossa participação em todos os eventos de nossas vidas.

Diante disso o que sabemos fazer é responsabilizar pelos outros. Isso fazemos muito bem: cuidar e responsabilizar pelos outros. O que queremos é ser cuidado e cuidarmos dos outros. Ajudar a amiga, dar conselhos para os colegas de trabalho, ajudar o marido em algumas tarefas do seu trabalho, socorrer o vizinho. Isso tudo sabemos fazer muito bem. É mais fácil, não é?
Mas como cuido da minha vida? Como tenho vivido? Quando é que não me responsabilizo? O que eu ganho e o que eu perco não responsabilizando pela minha vida?

Assim, da mesma forma que eu ajudo o outro na resolução dos seus problemas e nos cuidados de sua vida eu espero do outro ou da sorte uma solução rápida e mágica para os meus problemas. Isso é ser adulto?

Ser gente grande não é fácil, tem as delícias, mas as dores também, como tudo na vida. Ir ao encontro das nossas respostas e soluções, daquilo que nos pertence e faz sentido, saber que as escolhas vão envolver riscos e perdas são atitudes de adulto. RESPONSABILIZAR é a palavra. Responsabilizar por aquilo que é meu, pelo o que faço e escolho, acertos e erros.

Por isso que ser gente grande dá trabalho, exigi esforço para nos tornarmos os adultos que almejamos ser desde cedo. Claro que receber ajuda e oferecer ajuda faz parte da vida, envolve humildade, mas isso não nos permite dar o nosso problema para os outros e cuidar dos problemas dos outros, dar e receber ajuda não é isso. No entanto, em quais momentos da vida somos adultos? Ou quanto ainda precisamos virar adulto?


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A Alegria na Tristeza

O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.

Martha Medeiros

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Mensagem para o Ano que se inicia

Aproximamos de mais um final de ano, oportunidade para fazermos um balanço da vida, do ano que se passou, atentarmos para aquilo que não deu certo e lançarmos mão de novas possibilidades para o próximos ano. Isso é nos permitir sermos apenas seres humanos que estamos nessa vida de passagem, tendo direitos e deveres, vivendo um eterno “vir a ser”. Sempre estaremos nos fazendo ser, estaremos em construção e que bom, não é verdade? Essa para mim é a grande oportunidade da vida: ir e vir, errar e acertar, aprender e desaprender.

Quando fechamos e concluímos algo, “ é isso e pronto” não teremos a chance de vê o outro lado, conhecer coisas novas, crescer e até sonhar. Qual seria a graça da vida? Mas a vida é tão generosa com a gente que não nos da este presente só no Natal: desfrutar os dois lados da vida e permitir sermos imperfeitos e por isso tentarmos “ir além sempre”. Que presente lindo, mas claro, só para aqueles que sabem desfrutar dele e que ESTÃO VIVOS DE VERDADE – não estou falando de “almas penadas” que andam por ai, que estão mais mortos que vivos.

Assim escrevo esta mensagem de final de ano PARA OS VIVOS que tem interesse de crescer, desdobrar, saborear, relacionar, negociar e tantas outras coisas mais.
Quais são seus projetos e sonhos para este ano? Mas junto já pensou o que fará para realiza-los? Quais são as possibilidades de caminhos? Às vezes queremos muito um trabalho ou um namorado (a), mas o que estamos fazendo para isso? Já parou para pensar?

Quero lhes desejar um 2013 de sonhos, projetos, sabores dos mais diversos, já que até os picantes, azedos e amargos nos trazem aprendizados, mas quero desejar um pouco mais do que sempre estamos acostumados a ouvir e desejar. Desejo o REAL DA VIDA. E para isso trago de presente uma frase de Carlos Drumond de Andrade: “para sonhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.”

Então vai ai meu presente para você: uma caixa cheia de REAL DA VIDA, com sonhos, mas cheia de MOVIMENTOS PARA REALIZA-LÓS. Sem idealizações e expectativas de que a vida só nos traz coisas boas, mas com a possibilidade de aprendermos a ter FLEXIBILIDADE PARA INTEGRAR as coisas boas e ruins. Saber que com tudo podemos APRENDER algo.

Coloco também PACIÊNCIA com a gente e o outro. Todos têm limites, mas também POTENCIALIDADES. Então desejo que saibam DESFRUTAR de tudo que é bom e prazeroso começando das pequenas coisas. Às vezes esperamos algo tão grande, a maior felicidade do mundo e deixamos de DELICIAR as pequenas coisas que conquistamos, que a vida nos oferece.

Coloco, também, AMOR e se falo de amor falo de LIBERDADE, amamos e seremos amados quando somos livres e permitirmos o outro ser livre, ter suas crenças, ESCOLHAS, valores e, é claro, se existe a oportunidade de escolher algo, irá envolver perdas e cabe a nós mesmos RESPONSABILIZAR por isso. O outro tem qualidades e defeitos como a gente, reconhecer isso em mim e no outro é amar e a possibilidade de construir RELAÇÕES SAUDAVÉIS.

Agora, não poderia faltar um lindo laço, o que são dos presentes sem o laço? Fecho o meu presente para você com um lindo laço vermelho de CORAGEM. Viver dá trabalho. MÃOS A OBRA. Feliz 2013!

Texto: Camila Lobato

Agradeço a você que esteve ao meu lado neste ano de 2012, experimentando comigo os vários sabores da vida e me dando a oportunidade de “ir além” e desdobrar como pessoa e profissional.