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Psicóloga, formada pela FUMEC, com inscrição no CRP 04/34263. Formação em Psicoterapia Familiar Sistêmica,Terapia Ericksoniana / Hipnoterapia e Sexologia Clínica. Pós-Graduação em TCC- Infância e Adolescência. Atua com psicoterapias individuais, de casais e famílias.Atualmente Psicóloga em consultório particular em BH e Carmo da Mata. Colunista do Jornal Gazeta de Minas em Oliveira e Jornal A Noticia em Carmo da Mata. Ministrante de palestras em escolas e empresas. Sócio-Fundadora da Equipe PerCursos – Cursos, Palestras e Workshops em Belo Horizonte.

terça-feira, 22 de maio de 2012

TÊNIS X FRESCOBOL - Rubem Alves

Depois de muito meditar sobre o assunto, conclui que os casamentos são de dois tipos: há casamentos do tipo tênis e do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de vida longa.

Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzche , com a qual concordo inteiramente. Dizia ele : _"Ao pensar sobre a possibilidade de casamento, cada um deveria fazer a seguinte pergunta : Crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice ?" Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.

Nos contos das "Mil e uma noites", Sherazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam com a morte, como no filme "O Império dos sentidos". Por isso, quando o sexo já está estava morto na cama, e o amor não mais podia dizer através dele, Sherazade o ressuscitava pela magia da palavra. Começava com uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade; é o amor que ressuscita sempre depois de morrer. Há carinhos que se fazem com o corpo e carinhos que se fazem com as palavras. Não é ficar repetindo o tempo todo "eu te amo, eu te amo ".

O tênis é um jogo feroz. Seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir a sua cortada - palavra muito sugestiva que indica seu objetivo sádico, que é cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar, porque o adversário foi colocado fora do jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza do outro.

O frescobol se parece muito com o tênis : dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la e não há ninguém derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra, pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir...

E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos. A bola são as nossas fantasias, irrealidade, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho para lá , sonho para cá. Sonho para lá, sonho para cá...

Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. O jogo de tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo como bolha de sabão. O que busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui , quem ganha, sempre perde.

Já no frescobol é diferente. O sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois sabe-se que, se é sonho é coisa delicada, do coração. Assim cresce o amor. Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então, que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...

terça-feira, 8 de maio de 2012

Brigas de Casais



“É comum se ouvir que casais que se amam não brigam. Não é verdade. As brigas podem ser enriquecedoras. Elas são uma forma de os parceiros mostrarem as suas características e seu potencial, manterem a privacidade e a individualidade. Mas se eles se envolvem tanto na atividade de brigar que perdem de vista a união e o afeto mútuos, o amor corre perigo.” Solange Rosset
Você já parou para pensar como são as suas brigas com seu parceiro? Ou vocês, ou um de vocês são daqueles que evitam o quanto podem as brigas?


A verdade é que não existem relacionamentos sem brigas e crises. Isso faz parte do relacionar. Mas existem aqueles casais que só brigam, toda a energia é consumida nas brigas, mas existem, também, aqueles casais ou um dos parceiros envolvidos na relação que consome toda energia para evitar brigas. Tanto a compulsão por evitar brigas quanto a compulsão de brigar são problemáticas e não trazem consequências saudáveis para a vida a dois. Em ambas as situações não se abrem espaço para a união e para o afeto, porque aquele que evita as brigas, como aquele que só briga contribuem para o impedimento da intimidade e a deterioração da relação.


Talvez uma saída seja aproveitar as brigas para proporcionar mudanças que sejam benéficas para a união. Casais que se amam, tem intimidade e interesse em investir no relacionamento sabem como tornar as brigas uma porta de entrada para aprendizados, para uma relação mais prazerosa. Mas como fazer das brigas um momento de construção e ressignificações?

Então, primeiro, sendo interesse dos dois investirem na relação, o próximo passo é aceitar as diferenças; brigar para convencer o outro de que a sua opinião que é a certa não se chega a lugar nenhum, a não ser em mais brigas. Brigas para se defender, atacar o outro, ou, ainda, quando essas são repetitivas, sempre voltando aos conteúdos passados, nada de proveitoso trarão. As brigas úteis dão oportunidades para os dois falarem e enquanto um fala o outro saberá ouvir, sem interromper e ir logo argumentando; não é permeada por acusações, são feitas críticas construtivas, não se perde de vista o afeto que um senti pelo outro, cada um falará sobre seu sentimento sem julgar o sentimento do outro, enfim ela acontece permeada pelo respeito, pela escuta e com a responsabilização de cada um dos parceiros, não jogando a culpa de tudo só no outro.


Dessa forma, as brigas, na verdade, poderão “ser uma forma de os companheiros se fazerem conhecer, de mostrarem suas características e todo seu potencial para o parceiro, de lutar para manter a privacidade, o espaço, a individualidade. São aspectos importantes e enriquecedores da união.” Solange Rosset

Texto: Camila Lobato

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A Matemática de Relacionamentos

Quais sinais tem no seu relacionamento? Muito interessante este video para refletirmos sobre as relações. Se você não é um, mas sim menos um, ou seja, sem os seus valores, desejos, escolhas e indivualidade, o que terá para somar com o outro? Não para completar, mas para complementar! Vale esta reflexão!!!