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Psicóloga, formada pela FUMEC, com inscrição no CRP 04/34263. Formação em Psicoterapia Familiar Sistêmica,Terapia Ericksoniana / Hipnoterapia e Sexologia Clínica. Pós-Graduação em TCC- Infância e Adolescência. Atua com psicoterapias individuais, de casais e famílias.Atualmente Psicóloga em consultório particular em BH e Carmo da Mata. Colunista do Jornal Gazeta de Minas em Oliveira e Jornal A Noticia em Carmo da Mata. Ministrante de palestras em escolas e empresas. Sócio-Fundadora da Equipe PerCursos – Cursos, Palestras e Workshops em Belo Horizonte.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Mais um ano se passa...

Vai chegando o Natal, festas de Final de Ano, comidas gostosas são preparadas com muito carinho para o encontro da família, muitas coisas boas desejamos para nós e para as pessoas próximas no ano que se inicia. Que venha 2012!

Neste ano novo irei começar meu regime, irei dedicar mais aos meus estudos, vou procurar um emprego novo, vou mudar algumas atitudes no meu relacionamento, vou parar de fumar, vou diminuir as minhas despesas e fazer alguma economia, afinal quero fazer uma viagem com meus amigos. E assim vamos formulando planos para o ano que se inicia. “Adeus Ano Velho... Feliz Ano Novo”. Tudo será novo. Chega dia primeiro, março, agosto e já estamos no final de outro ano. Quando não realizamos aquilo que desejamos vem a frustração.

Talvez devíamos pensar, primeiro, no pra quê das coisas na nossa vida. Não fumamos atoa, não estamos nesse emprego por acaso, meu relacionamento esta assim, não é culpa só do meu parceiro, nós recebemos aquilo que damos. Não é simplesmente imaginar tudo diferente e desejar mil coisas boas. O que temos é aquilo que atraímos. O que temos é aquilo que damos conta naquele momento. Antes de desejarmos mudanças a pergunta é: “pra quê você precisa disso”? Voltar-se para você e perceber suas potencialidades e limites, o que tem de melhor e o que tem de pior, talvez seja uma maneira de começar o ano diferente, de realizar aquilo que idealizou.

“Realizar o que idealizou”. Mas você sabia que também desejamos e idealizamos dissabores, coisas que não nos trazem prazer? Sem perceber fazemos isso, isso é do ser humano. Às vezes estamos num relacionamento que só nos traz infelicidade e problemas. Já fomos traídos, apanhamos e estamos lá. E culpamos o parceiro. Pra quê precisamos disso? Dissabores também fazem parte da vida, com certeza você tem ganhos aí, só não sabe quais. Além disso, esta aprendendo. É o tempo que precisa para aprender e depois fazer diferente. Não se culpe por isso, apenas volte-se para você.

Você é o que procura, é a companhia que deseja, você é seu melhor amigo, seu confidente. Mas é você por completo e o completo integra os dois lados: ruim e bom, bonito e feio, velho e novo, maduro e imaturo, rico e pobre. Se não se sentir bem com quem você é, com sua riqueza e pobreza, e com o que tem como poderá atrair coisas diferentes? Atrair qualidade de vida parando de fumar, atrair um novo emprego, uma viagem maravilhosa, um corpo magrinho só depende de você. O que você está fazendo para isso?

Precisamos conviver com as delicias da vida, mas com os dissabores também. A aceitação de si mesmo, nos conhecer, o respeito a nós mesmos é o que precisamos primeiro desejar nos anos que se iniciam, depois disso, depois de cuidarmos de nós mesmos poderemos atrair aquilo que desejamos tanto. Mas lembrando que até o que é desprazeroso, o que não é bom nos ensina algo e se estamos atraindo isso em algum momento é porque precisamos.

A vida é assim, provamos de vários sabores: o doce, amargo, azedo, salgado, picante e tantos outros. Cada um vem num momento, ou todos juntos e precisamos deles, se não, não iríamos atraí-los. Ter consciência disso significa nos conhecer, e é nos conhecendo que encontramos o caminho da cura e da felicidade. A felicidade não é feita só de ingredientes doces, mas da mistura de todos.

Então o que desejo a todos e para mim é: vamos parar de ruminar por aquilo que não conquistamos, pela gordurinha, pelo emprego ruim, pelo salário baixo, a viagem que não fizemos. Isso esta nos servindo para alguma coisa, por mais doloroso que seja. Tire o melhor nisso tudo. No melhor sempre tem o pior e no pior o melhor. Guarde tudo com você, é seu, é sua chance de se conhecer, de se desdobrar, de fazer diferente. Talvez aquilo que é nutritivo não seja gostoso, mas é necessário.

Um Ano Novo com um tempero diverso para todos nós, porque é de vários gostos e temperos que preparamos uma comida gostosa e quando preparamos a comida com carinho e muito amor, por mais que queime um pouquinho, que quebramos algumas louças, deixamos dois minutinhos a mais, ela fica deliciosa. A vida é assim como um prato especial, dá trabalho e é cheia de ingredientes, dos amargos aos doces e picantes. Que comida você esta preparando para o ano de 2012?

Texto: Camila Lobato
Minha mensagem de final de Ano para todos os meus leitores. Vocês podem conferir este texto no Jornal Uai na cidade de Oliveira e no Jornal A Noticia em Carmo da Mata.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Saiba quando é a hora de procurar uma terapia de casal



Pra quê serve uma Terapia de Casal?
Qual é a função do terapeuta de Casal?
Neste vídeo vocês poderão ouvir uma Psicoterapeuta de Casal desmistificando
algumas idéias sobre a Terapia de Casal.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Só depende de nós...

"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.

Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a
poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o
desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.

Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ter um teto para morar.

Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.

O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.

Tudo depende só de mim."

(Charles Chaplin)

Deixo esta mensagem de Final de Ano para todos que visitam o meu blog e que acompanham de perto o meu trabalho. Desejo Um Ano novo iluminado, recheado de prazeres e delicias...e sobre os obstaculos, os desprazeres e as dificuldades que, também, iremos encontrar, já que fazem parte da vida...coloque como seu aliado, como uma oportunidade de crescimento e aprendizado!!!
Isso é o que eu desejo...mas dependerá de vocês!!!Tudo depende de nos mesmos!!!
A sombra é aquilo que esta em nós e que não conseguimos aceitar. É um lado nosso que negamos e excluimos, então onde ela aparece?
Nos outros. Nos projetamos as nossas sombras, aquilo que não queremos
vê em nós mesmos nos outros. Quando falamos assim: "fulano de tal é assim, ciclano é isso, ele é assim"....ahhhhh na verdade estamos falamos
de nós mesmos. O outro se torna a nossa imagem refletida quando olhada
no espelho. Mas negamos e excluimos, não só defeitos e limitações, mas qualidades e potencialidades também.

Para entender melhor:
" amamos nos outros o que amamos em nós mesmos. Rejeitamos nos outros
aquilo de que não gostamos, mas não conseguimos ver em nós mesmos".

Uma dica:
Vamos integrar a nós as nossas sombras. Se somos bons demais vamos integrar o nosso lado ruim; se somos pessimistas demais vamos integrar nosso lado otimista...o outro lado é aquilo que excluimos e quando não é integrado irá virar fantasma.

Camila Lobato

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Marcia Peltier entrevista Dr. Moises Groisman (3/3)



Vale a pena conferir esta entrevista com Moisés Groisman, em que
ele fala sobre a traição. O porque da traição? O ato de
arrempedimento, de quem traiu, e de perdão, de quem foi
traido, os motivos que podem levar a traição e
se será possivel a reconciliação.

Dr. Moisés é Psicoterapeuta de Casal e Familia no Rio de Janeiro.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"Consumismo, como enfrentar?"

Prof. Tania Zagury
Set/08
Que a sociedade moderna supervaloriza os bens materiais é questão que não carece discutir.

Hoje, o grande desafio da família é descobrir como educar de forma a que crianças e jovens não se deixem levar por valores que, longe de lhes garantir felicidade, acabam apenas envolvendo-os numa louca espiral de desejos e gastos crescentes, que quase nunca tem final feliz.

Sem dúvida, a primeira questão é lembrar que adultos consumistas dificilmente poderão enfrentar o desafio de forma convincente. O consumismo contamina adultos também, e não poucos buscam felicidade "comprando". Em geral, acabam infelizes, incompletos. Colocar a felicidade pessoal na aquisição de objetos pode até propiciar prazer. Momentâneo e fugaz, porém.

Consumir significa "gastar, aniquilar, anular" ou ainda "ficar reduzido a cinzas" . O processo é mesmo assim: o prazer de comprar se extingue em si, para retornar logo adiante, como uma fênix ressurgida das cinzas. É, portanto, um processo sem fim e dificilmente as pessoas poderão continuar por toda vida atendendo a desejos - seus e de seus filhos depois.

Preocupa-me constatar que, a cada dia, mais pessoas adotam o modelo subliminarmente inculcado, sentindo-se compelidas a adquirir mais e mais produtos (muitos desnecessários ou similares aos que já possuem).

Quantos de nós tínhamos, há dez anos, um celular? E quantos ainda estão com o primeiro modelo adquirido, aqueles enormes, Deus o livre, que horror! Sem críticas a quem gosta de estar "na última moda hi-tech", proponho somente que, por um instante, um segundinho só, pense se trocou a TV ou o telefone móvel porque realmente precisava. Necessidade ou impulso? Qual foi a relação custo-benefício da nova aquisição? Tem gente que ainda nem utiliza todos os recursos do atual ícone de consumo, mas não admite viver sem os waps, wips e outras siglas indecifráveis que cada modelo mais recente agrega. Tem horror em ao menos pensar em ler aqueles manuais, mas que o telefone novo está na bolsa, está... Ao menos isso! Porque carro importado ou do ano, TV de plasma – bem grande – não deu ainda para comprar, talvez nem dê, mas o celular colorido, fininho, que troca de "roupa" deu... Então, ótimo!

Não que eu ache que não se deva comprar o que se quer (desde que com verba ganha honestamente, claro). A questão, porém, é exatamente essa: a gente queria mesmo? Ou alguma coisa ocorreu (influência das mídias, talvez?) que nos fez pensar que era imprescindível trocar, e o quanto antes?

Voltemos aos nossos filhos. Os que desejam vaciná-los contra a febre do consumo irracional devem começar mantendo-os a par da situação financeira da família, especialmente, fazendo com que compreendam de que forma o dinheiro "chega" em casa: através do trabalho diário. Ele não "aparece" na carteira do papai ou da mamãe magicamente... Famílias têm gastos fixos mensais que precisam ser honrados – filhos podem e devem saber sobre eles; também precisam saber que é importante guardar uma parcela, mesmo pequena, para extras (uma infiltração no teto, uma geladeira que pifa etc.)

O mais importante, porém, é discutir o impulso que leva milhares de pessoas a acumularem mais e mais "coisas", às vezes pagando juros sobre juros, vivendo apertados, cortando itens talvez mais importantes e transformando a própria vida numa eterna loucura. Viver no limite total do orçamento (ou além dele) é se condenar ao desequilíbrio a qualquer evento não programado (uma doença, por exemplo). Por isso é bom manter os filhos informados especialmente, sobre a que sua família dá, de fato, valor.

Mais cedo ou mais tarde, nossos filhos conviverão com pessoas de maior poder aquisitivo. E se foram acostumados a olhar sempre para quem tem mais, para os estão a cada fim-de-semana com novas roupas e possibilidades financeiras para fazer mil programas, independentemente de ser sábado ou segunda-feira, as coisas podem ficar complicadas... Não prometa o que não pode comprar - nem se endivide para isso; deixe claro que se tivesse dinheiro sobrando até compraria, mas não deixe de dizer que não considera importante nem necessário... Em outras situações, procure mostrar que poderia lhes dar o que pedem, mas - em vez de sair correndo para chegar à loja antes que feche - faça seus filhos saberem onde se situam as prioridades da família, como estudos, comida farta, segurança, saúde, conforto em casa.

Lembre-se que não é nada mau para uma criança ou jovem desejar coisas sem conseguir logo, assim de mão beijada, rapidinho... Esses desejos não realizados podem bem acabar constituindo fonte importante de desejo de conquista pessoal. É muito saudável para o jovem querer realizar, produzir, trabalhar para alcançar o que os pais não lhes deram ou não puderam dar – ou às vezes até preferiram não lhes dar.

É preciso corrigir a idéia torta – e muito comum hoje, especialmente entre as classes A e B – de que os pais têm obrigação de aos filhos carro, viagens ao exterior, festas apoteóticas etc. Do ponto de vista educacional não é nada salutar que eles tenham convicção de que nunca precisarão lutar para conquistar alguma coisa. Desejos não concretizados podem até produzir alguma frustração – mas não se assustem, nem toda frustração é negativa, como pensa a maioria. Muitas, são a base que impulsiona as novas gerações a produzir, se independentizar, a ter o "seu dinheiro" (não o da mesada, é claro), para não ter que "prestar contas a ninguém".

Bem orientados eticamente, o "não ter tudo" é que geralmente conduz à necessidade de estudar, trabalhar, produzir, enfim.
Dediquemo-nos sim, de corpo e alma - a dar aos filhos o que é essencial: estudo, formação moral e ética, princípios e objetivos de vida. O resto (roupas de grife, dezenas de tênis e roupas) é secundário e como tal deve ser encarado. E, cá para nós, não é uma maravilha (e um alívio...) saber que você pode dar menos bens materiais, para que seus filhos sejam mais gente?

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Você sofre da “Síndrome da Mãe Perfeita”?

Cuidado: a ânsia de perfeição pode acabar pondo em risco o desenvolvimento dos seus filhos e o seu próprio equilíbrio

Que os filhos devem ser prioridade na vida de uma mãe, disso não há dúvidas. Mas quando a vontade de sair para fazer as unhas se torna quase impossível de ser atendida – por razões que vão desde falta de tempo ao sentimento de culpa por deixar o filho em casa –, pode ser que a tal prioridade esteja mais para exclusividade, e que a “Síndrome da Mãe Perfeita” já tenha invadido a rotina materna. Prioridade e exclusividade são bem diferentes. E, de acordo com a psicoterapeuta Denise Pará Diniz, Coordenadora do Setor de Gerenciamento de Estresse e Qualidade de Vida da Unifesp, dedicar-se por tempo integral aos pequenos não é necessário – nem indicado.

“É preciso tratá-los com prioridade, principalmente nos primeiros anos, mas não se pode esquecer que os filhos também precisam conhecer a mãe como uma pessoa real, que possui qualidades, desejos e necessidades pessoais”, diz Denise. No entanto, por nem sempre ser fácil manter esse equilíbrio, é comum encontrar mães que organizam o dia a dia sempre em razão das atividades dos filhos e, entre elas, há até mesmo as que se esquecem ou acabam deixando de lado os papéis anteriormente desempenhados, como o de esposa e de profissional, por exemplo.

Há aquelas que procuram controlar todas as variáveis da vida para que o filho tenha tudo em mãos e não sinta falta de nada, mesmo quando a criança já está mais velha, e aquelas que, mesmo com os filhos mais crescidinhos, acabam deixando muitas outras atividades de lado por preocupação e sentimento de culpa. Estas atitudes, se não forem policiadas, podem gerar diferentes complicações na vida do filho. E também na vida da mãe.

De acordo com a antropóloga Gilda de Castro Rodrigues, autora do livro “O Dilema da Maternidade” (Editora Annablume), há muitos aspectos positivos trazidos pela maternidade. Mas um negativo pode ser crucial: a patrulha social. “A sociedade fica vigilante para qualificar as mães como boas ou ruins, e isso causa uma enorme angústia”, explica. Além disso, na maioria das vezes, o vínculo entre mãe e filho é muito forte e incondicional, e por serem elas as principais responsáveis pelo processo de socialização da criança, já é possível imaginar o quanto algumas acabam exigindo de si mesmas. No caso de Heliana Gabriel da Cunha, 41 anos, não há arrependimento na dedicação.

Mãe de Brunna e Lívia, de 10 e três anos, respectivamente, Heliana deixou de trabalhar quando recebeu o pedido da mais velha para que ficassem mais tempo juntas. “Ela ficava com a avó e eu a buscava depois do trabalho, então acabava participando pouco da vida dela”, conta Heliana. Atualmente, já não é o que acontece: “Eu praticamente vivo em função delas. Até arrumei uma babá quando a mais nova completou nove meses, mas sou eu que tenho que dar banho, dar comida, não saio de perto nenhum minuto. A babá acaba servindo para alguma possível emergência. Não as deixo sozinhas nunca, só quando elas vão para a escola”.

Embora faça tudo isso com satisfação, Heliana confessa que passou os últimos três anos sem dormir uma noite inteira. Sua filha mais nova sempre teve o sono muito inquieto e, se ela chora, a mãe precisa estar por perto. “Eu durmo com a babá eletrônica ao lado e qualquer barulhinho que ouço vou correndo até ela, com medo de que esteja vomitando”, explica. E ela nem é a primeira filha: “Dizem que segundo filho é mais fácil, mas para mim as duas estão sendo da mesma forma. Sou um pouco neurótica, mesmo”, admite.

Fantasia e exagero

Mas, para a psicoterapeuta Denise Pará Diniz, é realmente no início da criação do primeiro filho que mora o maior perigo. “É quando você começa a aprender a ser mãe, então a mulher pode ficar excessivamente preocupada”. Segundo Heloísa Schauff, psicóloga clínica especialista em Terapia de Casal e Família, é comum que as mães de primeira viagem fantasiem que tudo seja perfeito e acabem não conseguindo distribuir o tempo e atenção entre outras funções, além das que exigem os filhos. “Não é exatamente o desejo de ser perfeita, é um sentimento de não se achar boa o suficiente, de não estar fazendo o melhor que pode”, explica. E isso pode acontecer tanto para a mãe que não trabalha fora de casa quanto para a que trabalha.

“Para quem vive em cidade grande, por exemplo, sempre haverá a sensação de pouco tempo com a criança pela correria do dia a dia, mas é preciso lembrar-se dos limites que a mãe precisa ter”, recomenda a especialista. O conselho também é válido para as mães que estão sempre à disposição dos filhos – e acabam passando da conta. De acordo com Schauff, conforme a criança vai crescendo e adquirindo maior autonomia, algumas utilidades que a mãe possuía antes vão ficando para trás. “Apesar de sermos mães a vida inteira, independentemente dos outros papéis que estejam sendo desempenhados, é preciso permitir que a criança também experimente e amadureça”, explica.

É o que procura alcançar a professora Paula Belmino, de 35 anos. Há quatro anos cumprindo o papel de mãe de Alice com esmero, Paula conta que até hoje ainda fica ao lado da filha até que ela adormeça e, quando a deixa na escola, sofre até de taquicardia por medo do que pode acontecer enquanto estão separadas. “Ao mesmo tempo em que quero que ela cresça e seja feliz, também tenho vontade de querer grudar e não deixar mais crescer”, confessa. A filha se faz presente até nos momentos que ela tem para si só: “Eu me martirizo por sair sem ela. Quando vou ao shopping, por exemplo, ao invés de comprar coisas de que preciso, compro tudo para ela. Acho que toda mãe é um pouco louca”, observa.

Limite para o filho, limite para a mãe

E as crianças, o que ganham com a “Síndrome da Mãe Perfeita”? Nada de muito bom. “Se a mãe é muito permissiva e mima demais os filhos, eles crescem sem saber lidar com frustrações e têm dificuldades maiores que as outras crianças para lidar com as regras fora de casa”, diz Schauff. Se a criança não enfrenta estes desafios ainda dentro de casa, pode se acostumar a obter tudo como quer – e não é bem isso que acontece fora de casa. Na escola, por exemplo, ela tem que aprender a esperar sua vez e a dividir a atenção da professora com os colegas. O mesmo efeito de despreparo infantil pode acontecer se a mãe nunca sair de perto: “A criança vai precisando de outras relações e outras vivências em que sinta que faz as coisas por si só e se supera por si só”, completa Denise.

O mesmo problema pode acontecer com as mães. A mulher que fica cada vez mais em casa com os filhos – ao invés de assumir outras atividades à medida que eles vão crescendo – também pode estar com dificuldades para ter outras vivências, como voltar ao trabalho, e se adaptar a elas. Mas é preciso prestar atenção para certificar-se de que ser mãe em período integral é um plano pessoal, não apenas um esforço para seguir um valor cultural. “Se ela se organizou e quer viver aquilo, não faz mal. O que faz mal é passar dos limites e ter somente isso de dedicação exclusiva”, explica a psicoterapeuta.

Há também o caso de mães que, por terem questões mal-resolvidas com o trabalho ou com o marido, por exemplo, acabam focando somente na maternidade e tornam os pequenos o único mundo a ser vivido – um grande peso e até uma injustiça com a criança. “Por essas e outras que o comportamento de mãe e filho deve ser observado: se a mãe está mais depressiva e cansada e se o filho anda muito egocêntrico, birrento e sem amigos”, explica a psicoterapeuta.

A principal questão a ser esclarecida, porém, é de que a perfeição não existe. Segundo Schauff, o que mais importa é a qualidade do tempo passado com o filho, e não necessariamente a quantidade. “Existe o melhor que a gente pode dar e a necessidade do olhar com parcimônia: é importante ter o tempo para si mesmo, para a relação conjugal, e transitar com saúde e qualidade em todas as esferas. Só assim a criança verá a mãe feliz e satisfeita, o que é muito importante de ser notado”, explica a psicóloga. A partir da percepção de que não há exatamente uma medida ideal, é possível libertar-se das próprias expectativas exageradas e fazer o que é possível pelos filhos, acompanhando-os sempre com carinho e afeto, ultrapassando as fantasias para se tornar uma boa mãe de fato.

Renata Losso, especial para o iG São Paulo

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Uma fábula terapêutica tirada do livro " Co-depêndencia Nunca mais"

"Era uma vez uma mulher que se mudou para uma caverna nas montanhas para aprender com um guru. Ela disse a ele que queria aprender tudo que havia por saber. O guru entregou-lhe pilhas de livros e deixou-a a sós para que pudesse estudar.

Todas as manhãs, o guru ia à caverna para inspecionar o progressoda mulher. Ele levava na mão uma pesada vara. Todas as manhãs, fazia a ela a mesma pergunta:
— Já aprendeu tudo?Todas as manhãs, a resposta dela era a mesma:
— Não, ainda não.O guru então batia com a vara na cabeça dela.Isso se repetiu por meses. Um dia, o guru entrou na caverna, fez a mesma pergunta, ouviu a mesma resposta e levantou a vara para bater da mesma forma, mas a mulher agarrou-a antes que tocasse sua cabeça.

Aliviada por evitar a surra do dia, mas com medo de represália, a mulher olhou para o guru. Para sua surpresa, o guru sorria.
— Parabéns — disse ele. — Você se formou. Você agora sabe de tudo que precisa saber.
— Como assim? — perguntou a mulher.
— Você aprendeu que nunca aprenderá tudo que há para saber — respondeu ele.

— E aprendeu como parar a sua dor.
Este livro é sobre isso: aprender a parar a dor e assumir o controle de sua vida."

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Você sabia que os pais também são gente?

"Fomos estimulados a disfarçar nossas fraquezas e assumir o papel de pais infalivéis, superpais, capazes de tudo.
Entretanto, essa postura é falsa, não leva a coisa alguma.
Não se pode permitir que estruturas sociais ou econômicas explorem a família.
Os pais são humanos, são apenas pais. Não são super-heróis nem se tornam perfeitos ao se tornarem pais...continuam a ser filhos, errando e aprendendo
pela vida a fora.
Devem assumir tranquilamente suas limitações, suas fraquezas, conscientes da experiência, da vivência, do amor por seus filhos, o que
os torna insubistituíveis na vida deles
e da comunidade a que
pertencem"


Do livro Amor Exigente - Mara Silvia Carvalho de Menezes

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Amanhã, mais uma vez, estarei na Rádio Sociedade, da cidade de Oliveira, falando sobre casais, quais os mitos de uma relação. Muitas coisas ouvimos sobre como deve ou não deve ser um relacionamento, mas isso é mito ou verdade? Existe lugar para brigas e crises numa relação ou devemos
fazer de tudo para evita-lás?
Como seria um relacionamento perfeito? Vocês conhecem algum?

Sintonizem am 1170 - Rádio Sociedade as 09:40 da manhã.

Falando em mitos...de uma forma simples como podemos entender o que é mito...

Mitos são passados de geração para geração, de épocas em épocas com a tentativa de explicar a realidade e buscar uma verdade, um sentido para os acontecimentos. Sempre ouvimos nossos avós nos contar histórias sobre vários assuntos, desde muito pequenos, e passamos a acreditar nisso sem questionar e, mais ainda, acabamos passando para os nossos filhos e assim a história vai se repetindo. Tomamos como verdade e passamos como verdade, nos tornando crentes nisso e esquecemos que existe o outro lado. O mito é meia verdade e meia mentira. Precisamos acreditar e desacreditar deles.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Terapia de Casal por Solange Rosset

“No trabalho terapêutico, o casal tem oportunidade de trabalhar e flexibilizar aspectos do seu padrão de funcionamento. A forma, a velocidade,
os encaminhamentos, as estratégias para tal serão definidos de
acordo com o manejo do terapeuta (sua experiência, seu próprio padrão de funcionamento, suas vivências pessoais de casal e com casais)
e com as disponibilidades e possibilidades dos clientes
(o quanto eles estão envolvidos na tarefa, o nível de pertinência para a mudança, o quanto de consciência e responsabilidade eles têm
sobre seu padrão e suas
escolhas individuais e de casal).” Solange M. Rosset

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Auto-anulação

Como já havia falado em outras oportunidades investir em um relacionamento amoroso carece de coragem, dedicação, trocas e respeito. Relacionar é a grande oportunidade de aprendermos sobre nos mesmos. No relacionamento é onde aparece o nosso melhor e o nosso pior, assim é a grande oportunidade para o crescimento pessoal.

É muito comum esperar atitudes do outro. É mais fácil. Mas relacionar é receber e doar, atender e ser atendido. Essa troca é saudável, fruto de uma sintonia; e alternância desses papéis entre os parceiros, em que às vezes solicita e em outras tem que atender é a demonstração de cumplicidade e parceria. Mas se um dos parceiros, ou até mesmo os dois, sempre atende o que o outro pede e suprimi as suas próprias vontades o nome disso é auto-anulação.

Na auto-anulação a pessoa pode até chegar a mudar sua maneira de ser em função de satisfazer o outro; sempre atendendo o desejo do parceiro. Ela permite que o outro comece a esculpir a sua imagem e a conseqüência disso é a perda da sua própria identidade. Essas pessoas perdem a sua essência. Nessas relações um tem o poder de moldar e criar; o outro torna-se objeto, sem vontades, sem receber, apenas, doando, e sob controle dos desejos do outro. Um simples objeto que um dia poderá até se tornar sem graça e descartado pelo outro. Claro, porque objeto não tem vida, não pulsa, é sem graça. Não há sustentação nessa forma de relação. Isso é controle. Engano de quem acha que tem controle sob as pessoas. Temos controle sob os objetos; isso sim.

Uma dica é: seja quem deseje ser, não se deixe levar pelas vontades do outro, saiba doar, mas também receber, atender, mas, também, ser atendido. Não deixe suas vontades de lado, mas respeite as do outro; negociem, isso faz parte do processo de humanização e evolução do casal e de cada um separadamente. Não congele o outro e nem se deixe congelar. Convide o seu parceiro e se convide para uma estado mais humanizado de ser e não “coisificado”.


Este texto esta disponivel também no site da ASLEMG.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Agora, em Oliveira-MG, para quem quer conhecer
um pouco mais sobre meu trabalho e sobre
a Psicoterapia Sistêmica estarei com uma coluna " Em dia com a Psicologia"
no Jornal Uai. A cada quinze dias estarei escrevendo sobre
Relações Pais e Filhos, atendimentos de familias, sintomais conjugais,
a formaçaõ do casal, orientação profissional, a terapia sistêmica nos
atendimentos individuais e outros temas mais.

Confiram!!! Sexta passada já saiu a primeira edição
fresquinha.

Deixo esta mensagem de Guimarães Rosa:

“O senhor... Mire e veja: o mais importante e bonito do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas _ mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior: É que a vida me ensinou.E isso me alegra montão...”

Boa Semana para todos.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Basta de Queixas

Jorge Forbes- (Texto Adaptado e Resumido)

Todo mundo se queixa o tempo inteiro. Do tempo: um dia do calor, outro dia do frio. Do trabalho: porque é muito, ou porque é pouco. Do carinho: “que frieza”, ou “que melação”. Da prova: “dificílima”, ou “fácil demais”. E dos políticos, e da mulher, e do marido, e dos filhos, e dos tios, avós, primos; do pai e da mãe, enfim, de ter nascido. A queixa é solidária, serve como motivo de conversa, desde o espremido elevador até o vasto salão. A queixa é o motor de união dos grupos, é sopa de cultura social; quem tem uma queixa sempre encontra um parceiro. A queixa chega a ser a própria pessoa, seu carimbo, sua identidade: “Eu sou a minha queixa”, poderia ser dito.

A queixa deveria ser a justa expressão de uma dor ou de um mal-estar, mas raramente ocorre assim. É habitual que a expressão da queixa exagere em muito a dor, até o ponto em que esta, a dor, acaba se conformando ao exagero da queixa, aumentando o sofrimento. É comum as pessoas acreditarem tanto em suas lamúrias que acabam emprestando seu corpo, ficando doentes, para comprovar o que dizem.

A causa primordial de toda queixa é a preguiça de viver. Viver dá trabalho, uma vez que a cada minuto surge um fato novo, uma surpresa, um inesperado que exige correção de rota na vida. Se não for possível passar por cima ou desconhecer o empecilho, menosprezando o acontecimento que perturba a inércia de cada um, surge a queixa, a imediata vontade de culpar alguém que pode ir aumentando até o ponto em que a pessoa chega a se convencer paranoicamente que todos estão contra ela, que o mundo não a compreende e por isso ela é infeliz, pois nada que faz dá certo, enquanto outros, com menos qualidades, obtém sucesso. Ouvimos destes aquele lamento corriqueiro, auto-elogioso: “acho que sou bom ou boa demais para esse mundo, tenho que aprender a ser menos honesto e mais agressivo...” Conclusão: se não fossem os outros, ele, o queixante, seria maravilhoso. Por isso, toda queixa é narcísica.

Temos que acrescentar que a queixa não surge só de uma dor ou de um desassossego, mas também quando se consegue um tento, uma realização. Aí a queixa serve de proteção à inveja do outro – sempre os outros ! ... – e tal qual uma criança que esconde os ovos de páscoa até o outro ano, o queixante não declara sua felicidade para que ela não acabe na voracidade dos parceiros podendo ele curti-la em seu canto, escondido, até o ano que vem, quando o coelhinho passa de novo.

Em síntese, três pontos: a queixa é um fechamento sobre si mesmo, uma recusa da realidade e um desconhecimento da dor real. Não confundamos: é importante separar a queixa narcísica da reivindicação justa, mas isso é outro capítulo. Aliás, é comum o queixoso se valer da nobreza das justas reivindicações sociais para mascarar seu exagerado amor próprio.
Por fim, é necessário suportar o inexorável sem se lastimar e abandonar a rigidez do queixume pela elegância da dança com o novo.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ontem e hoje dei uma Palestra na Universaidade FUMEC, em Belo Horizonte, para os alunos do sétimo período manhã e noite.
O tema foi " Do Pensamento Sistêmico a Psicoterapia Sistêmica".
Foi muito proveitosa a troca que tive com as
duas turmas.Juntos discutimos o pensamento sistêmico e sua contribuição para a Psicoterapia Sistêmica, além da pessoa do terapeuta com toda sua bagagem e história
que não é deixada de lado durante os atendimentos. Juntos, terapeuta e cliente, constroem uma relação.
Agradeço a Prof Tânia Nogueira pela
oportunidade.

Um grande abraço a todos que compartilharam deste momento comigo!!!
Que o aprendizado deste encontro nos torne terapeutas ainda
melhores!!!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Vivendo em Familia

Confiram meu novo texto no site da ASLEMG.
Acessem o link: http://www.aslemg.org.br/noticias.php?idNot=94

Um texto interessante que contribui para entendermos
um pouco mais sobre a organização familiar e os sentimentos
de pertencimento e individuação
dos seus membros.

Convido a uma reflexão: Quanto somos diferentes da nossa familia?

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Moisés Groisman - Psicoterapeuta Familiar Sistêmico

Neste link Moisés Groisman, de uma forma simples,para falar da
proposta de seu curso dá um breve relato
sobre casamento e a organização familiar
com a chegada do primeiro filho.
Vale a pena conferir!!!


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

As máscaras da vida

É muito comum ouvirmos histórias que nossos pais nos contam de momentos constrangedores que passaram diante de outras pessoas quando éramos crianças e falamos, pedimos ou contamos coisas que eram segredos, que não podiam ser ditas ou algo que não podia ser feito naquele momento.

Ainda hoje falamos que as crianças são um “livro aberto”, que não tem vergonha de nada, falam o que vem na cabeça e colocam os pais em situações, muitas vezes, constrangedoras.

Como já dizia Rubem Alves “a criança sempre horroriza o público”.

Na verdade o que acontece é que as crianças não aprenderam como desempenhar um papel, a usar máscaras, elas não representam e não usam de farsa. O “eu” delas esta escancarado para o público, diferentemente de nos adultos.

As máscaras existem nas nossas vidas como uma entidade do psiquismo, elas são usadas para o público, nas nossas relações com o outro. São elas que escondem a nossa essência, aquilo que temos de mais íntimo e que diz respeito ao nosso “eu”.

Ela protege o nosso eu, por isso é de muita importância. Da minha intimidade cuido eu, a minha essência é o que eu tenho de mais profundo e não devemos dividir com ninguém. O que tenho para os outros, para o social é a minha aparência, as máscaras que eu uso. É saudável sabermos dessa diferença e termos o cuidado tanto com nossas máscaras quanto com a nossa essência.

Colar as máscaras no rosto e não viver momentos íntimos, de intimidade, por exemplo, com nosso parceiro, familiares não é saudável, como, também, viver de forma escancarada para os outros, para que tenham contato com a nossa essência, como no nosso trabalho, nos lazeres ou em viagens não é funcional. O extremo de todos os dois lados podem levar a um adoecimento. Faça bom uso de suas máscaras e tenha seus momentos de intimidade, de contato com sua essência.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Os Filhos nos Conflitos Conjugais

Confiram no site da ASLEMG( Associação dos Servidores do Legislativo do Estado de Minas Gerais) - http://www.aslemg.org.br/noticias.php?idNot=94 - mais um texto que escrevi, dessa vez, sobre os filhos nos conflitos conjugais.

Não tem como não afetar os filhos quando o casal esta em conflito.Os filhos fazem parte do sistema e quando um dos pontos balança, balança o sistema todo.Mas, ao mesmo tempo, pode-se livrar os filhos de algumas preocupações.
O conflito é do casal e é importante que os parceiros resolvam entre eles.
Filhos adoecem, formam sintomas, porque querem pais e pais presentes, mesmo que acabe a relação de marido e mulher.

Este assunto será falado como mais detalhes no texto que se encontra no link citado à cima. No site da ASLEMG.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Terapia Familiar Sistêmica com crianças


Os filhos, quando, ainda, pequenos vêm para a terapia trazido pelos pais. Algumas vezes a escola ou outro profissional falam para os pais da necessidade de um acompanhamento psicológico para os filhos ou mesmo os pais percebem essa necessidade e vão à procura de um terapeuta.

Os pais vêm com alguma queixa dos filhos ou dizendo de algum sintoma desses. Mas quem são os co-autores desse depoimento dos pais, quando falam dos problemas/ dificuldades ou sintomas dos filhos?

Na Terapia Sistêmica não existe processo terapêutico só de crianças. A criança não esta sozinha, ela vive em uma família. A relação pais e filhos, como qualquer outra relação, é construída. Então pra quê esta criança esta tendo este comportamento ou este sintoma? Quem esta ajudando ela a construir isso?

Ninguém constrói nada sozinho, tudo esta na interação. Os pais são quem apresentam o mundo para os filhos, é assim que os pais vão estabelecendo conexões e explicações para os comportamentos destes, eles quem vão dando sentido para a experiência dos filhos. Assim o sintoma ou aquele comportamento inadequado da criança vem como uma metáfora, uma forma de denunciar que algo não esta indo bem naquela família, nas relações, não apenas, com a criança.

Dessa forma, sem a motivação e cooperação dos pais nesse processo não existe terapia.

A função do terapeuta é redistribuir o problema entre todos os membros da família, não deixar centralizado só na criança para que cada um se conscientize a respeito da sua parcela de responsabilidade na construção deste sintoma/problema. Neste processo não exclui nada nem ninguém.

Assim terão sessões dos pais, desses separados, desses com a criança, a criança sozinha e a família. Isso vai variar em cada caso. O processo terapêutico é único em cada caso. O que vale para uma família pode não valer para outra.

Contudo, cabe neste processo um cuidado do terapeuta em apreender a linguagem da criança, falar sua língua, usar de instrumentos que fazem parte do seu mundo, para da sua forma sem se sentir exposta e envergonhada, através de brincadeiras e/ou jogos estas expressarem o que esta acontecendo naquele contexto. Talvez seja essa criança a denunciadora de que algo não esta indo bem. Assim o profissional irá ajudar este pequeno cliente a formular o seu pedido para a terapia, tão legitimo quanto dos adultos.

Texto: Camila Ribeiro Lobato

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Família, relações e a Terapia Sistêmica

Escrevi um texto que foi publicado no site da ASLEMG( Associação dos Servidores do Legislativo do Estado de Minas Gerais) sobre Família, relações e a Terapia Sistêmica.

No texto eu falo um pouco sobre a família, como nossa primeira matriz de identificação, as interações dentro do contexto familiar e à partir disso como é a forma de trabalhar de um Psicoterapeuta Sistêmico.

Vale a pena conferir!!!!

http://www.aslemg.org.br/noticias.php?idNot=94

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Falando sobre o livro: O CASAL NOSSO DE CADA DIA – Solange Maria Rosset

Um livro de aprendizados para terapeutas, casais... – pessoas envolvidas com seu crescimento e aprendizado pessoal.

A autora inicia falando das mudanças que vem ocorrendo na busca pela terapia de casal; antes a terapia de casal era um palco para brigas, para o terapeuta ser “quase um mágico” que resolveria todos os problemas ou para encontrar o culpado e a vítima daquela relação, se tornando um juiz. Hoje vai além de tudo isso, buscam-se o crescimento do casal, uma qualidade de vida na relação que contribuirá para o crescimento pessoal de cada um dos cônjuges e o crescimento desses, para o crescimento do casal.

Casal = sistema único, tem-se um padrão de funcionamento unitário, uma construção de valores, crenças e desejos. Ser um casal é um processo nada fácil que é formado por aprendizagens, mas, também, dores e dificuldades, é onde aparece o melhor e o pior de cada um dos parceiros. É o encontro de duas pessoas diferentes. As diferenças existem e devem ser identificadas, assim vão contribuir para a funcionalidade do casal quando estes souberem lidar com as mesmas, elaborar e possibilitar o crescimento. As diferenças são importantes quando são usadas para complementações e não competição ou outras formas destrutivas.

Assim a autora, ao longo do livro, irá desenvolver sobre tópicos que colocam em questão a construção de ser um casal, desde a escolha do parceiro que estará ligada ao padrão de funcionamento de cada um, a história com seus pais e momentos da infância, até questões como ciúme, infidelidade, parceria, auto-estima, conjugalidade e parentalidade, bom-humor nas relações, solidão e outras mais.

Fica claro a importância da autoconsciência para se ter um relacionamento de qualidade. Cada um dos parceiros se conhecerem, saber do que quer com o outro, se essa relação esta tendo utilidade, ter clareza na comunicação, ser um agente de mudança, ativo nessa relação, e não ter um comportamento passivo, apenas, sofrendo e queixando são pontos básicos para uma relação funcional.

Um importante ingrediente que é destacado no livro para construção, também, de uma relação funcional é a individualidade, não é o único, mas metaforicamente, para mim, comparo ao pó Royal = sem ele o bolo, a relação não cresce, porque não existirá o encontro de duas pessoas: “eu” e “tu” para paralelamente ir formando o nós.

Uma relação se tornará disfuncional quando estiver apenas o “nós”, esta precisa ser formada pelo “eu”, “tu” e “nós. Como bem colocado pela autora “quanto mais funcional uma pessoa for, individualmente, melhor ela estará para difundir numa relação, mantendo sua funcionalidade e fazendo com que o relacionamento seja, também,funcional...”. ( ROSSET,2005).

A intimidade é outro ingrediente importante; é a possibilidade de cada um poder expressar seus sentimentos e emoções e,ainda, de se sentirem compreendidos. Além disso, uma comunicação clara que perpassa por uma escuta atenta do outro faz com que um parceiro esteja mais próximo um do outro.

Já finalizando, não é possível falar de casal sem falar de sexualidade: aquilo que não é dito na relação, na maioria das vezes, irá se transformar em algum sintoma sexual. Talvez um bom relacionamento sexual não seja tudo na relação, mas uma relação de qualidade contribuirá para um bom envolvimento sexual.

Contudo, nenhuma relação funcional evitará as crises; aliás, as crises fazem parte e contribuirão para a evolução, reciclagem e aprendizagens dos parceiros na relação. Existem crises específicas de cada casal, mas tem aquelas que são comuns, fazem parte das mudanças e passagens pelos ciclos que permeiam todo e qualquer casal, como por exemplo, a chegada de um filho, aposentadoria de um dos membros, velhice e, até, a crise na estruturação estável do casal: quando casam-se e precisam comprometer com um novo sistema que é de ser um casal.

Termino esta resenha com uma frase de Robin Norwood: “Quando amar significa sofrer, estamos amando demais. Amar se torna demais quando nosso parceiro é inadequado, desatencioso ou inacessível e, mesmo assim não conseguimos abandoná-lo”.

Texto: Camila Ribeiro Lobato
Psicoterapeuta Sistêmica

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Auto Estima na Relação Pais e Filhos



Auto- estima é um termo muito ouvido nos nossos dias. Mas talvez poucas pessoas já pararam para pensar como se dá a auto-estima na relação pais e filhos. Como é a auto-estima dos seus filhos? E antes: como é a auto-estima de vocês, pais?

Começo definindo o que é auto-estima.

Bom, auto-estima todos nos temos. Muitos Psicólogos, psiquiatras e em dicionários dão a definição desse termo como alguém que faz uma avaliação de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa; pessoa capaz de acreditar nela mesma, de se sentir capaz de enfrentar os problemas da vida; pessoa que tem amor próprio, que sabe expressar o que deseja e o que sente; que não depende da opinião dos outros... assim vão as várias definições.

E como fica isso na relação pais e filhos?

Sabe-se que o nível de auto-estima dos pais é um fator critico na criação dos filhos, já falava a

Psicoterapeuta Sistêmica Solange Rosset. Não quero com essa afirmativa culpabilizar os pais. Chega de apenas culpar os pais por tudo que acontece com seus filhos, meu objetivo é trazer um novo olhar sob essa relação que, ao mesmo tempo, é permeada por dores e delícias.

Na verdade o nível de auto-estima de quem é pai ou mãe, muito antes esta relacionado à como seus pais qualificaram suas ações, habilidades e competência na sua infância. Os pais desses pais. Isso vai passando de geração para geração e tornando-se um círculo vicioso. Então quando os pais compreendem que a auto-estima dos seus filhos depende diretamente da sua própria auto-estima passam a olhar e cuidar mais deles mesmos antes de querer resolver questões que envolvem seus filhos.

Uma pessoa com baixa auto-estima tem profundo senso de desvalorização e inutilidade; espera que alguém construa sua felicidade, deposita no outro a responsabilidade de todas as coisas da sua vida. Isso é muito comum na relação pais e filhos. Pais com auto-estima baixa depende do amor e respeito dos filhos para ter sua auto-estima aumentada. Assim exigem deles que eles (filhos) representem seu valor perante a sociedade e a família, provando que as ama como pai ou mãe. Isso gerará riscos para os pais e, principalmente para os filhos.

Os pais nunca poderão passar para os filhos o que não se tem ou não sabem. Como desejar a felicidade para os filhos, sendo que vocês, pais, não encontram a de vocês? Só ensina o que se sabe. O que os pais são vão passar para os filhos, consciente ou inconscientemente; através de palavras ou gestos. Então como já havia dito no começo não estou aqui para culpá-los, mas para contribuir para pensarem e cuidarem um pouco mais de vocês. Conhecer seus limites, habilidades, frustrações; lidar com suas inseguranças e responsabilidades. Antes de pais vocês são seres humanos que tem suas necessidades, desejos e dificuldades. Tire um tempo para vocês, reflitam sobre vocês enquanto pessoas. Assim poderão ser melhores para vocês e conseqüentemente para os filhos. Pais com uma alta auto-estima, filhos com alta auto-estima.

                                                                           Camila Ribeiro Lobato
                                                                           Psicoterapeuta Sistêmica



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Viver não dói




Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana, que gerou
em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projecções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.

O sofrimento é opcional.





Carlos Drummond de Andrade

O que é a Terapia Sistêmica?



Terapia Sistêmica é uma nova forma de atendimento terapêutico que trabalha o indivíduo nas suas relações. A sua maior preocupação é ver este indivíduo em processo de evolução e humanização, sendo que o terapeuta participa de forma ativa cooperando neste processo.
Não existe crescimento e aprendizado longe das relações e quando o indivíduo ampliar sua consciência sobre sua forma de relacionar poderá entender melhor o seu jeito de ser, agir,pensar e fazer escolhas, contribuindo, dessa forma, para uma qualidade de vida e, é claro, das relações.